sexta-feira, 11 de julho de 2008

"Se queremos as coisas, temos de trabalhar por elas"

Alfredo Ferreira da Silva, presidente do Grupo Etnográfico da Gafanha em entrevista ao Diário de Aveiro:

Há 25 anos a liderar o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, Alfredo Ferreira da Silva assegura não baixar os braços e continuar a dinamizá-lo

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que assinala este ano o seu 25.o aniversário, sempre viu a sua Direcção presidida por Alfredo Ferreira da Silva, que tem à sua responsabilidade um grupo composto por 55 elementos, dos 4 aos 74 anos. Além de actuar por todo o país, o Grupo conta com alguns espectáculos no estrangeiro. Por agora, a sua prioridade é a reestruturação da sede, com vista à construção de uma sala de espectáculos. O seu XXV Festival Nacional de Folclore e XI Internacional realiza-se já amanhã, no jardim junto à Alameda Prior Sardo, no qual participarão cinco ranchos nacionais e um polaco.

Como caracteriza o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré?
O objectivo da criação desta associação que, actualmente, conta com cerca de 300 sócios, passa pela defesa dos usos e costumes dos nossos antepassados. Tornámo-nos Instituição de Utilidade Pública em 1995. Dedicamo-nos à pesquisa e arquivamento de tudo o que esteja relacionado com o folclore, tais como danças, cantares, trajes e costumes. Actualmente, somos cerca de 50 elementos e temos vindo a realizar diversos espectáculos, tanto em Portugal como no estrangeiro. Já recebemos a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Ílhavo. Também já realizámos diversas exposições subordinadas a vários temas etnofolclóricos, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, bem como uma mostra, composta por seis carros, sobre a vida dos gafanhões no início do século XVII. A direcção da Casa Gafanhoa é, também, da nossa responsabilidade.

Como pretendem assinalar os 25 anos de actividade?
Decidimos que o livro que todos os anos publicamos contará, este ano, excepcionalmente, com textos dos presidentes da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, e da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra.

Quais as iniciativas que destaca este ano?
Este ano já fomos a Itália para actuar nas comemorações dos 200 anos da padroeira da Diocese de Palermo. Também participámos na Feira à Moda Antiga, na comemoração dos 110 anos do Foral do município e na inauguração do Centro Cultural de Ílhavo. Amanhã, tem lugar a 25.a edição do nosso Festival Nacional de Folclore, que contará com a actuação de 50 elementos de um grupo de folclore polaco. No dia 9 de Agosto, realizamos a 11.a edição do Festival Nacional de Folclore da Praia da Barra e voltaremos a participar nos festejos em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, em Setembro, com a procissão na Ria que, este ano, decorrerá no âmbito da passagem, pela Gafanha da Nazaré, da regata comemorativa dos 500 anos do Funchal.

Concorda com a mudança das Tasquinhas de Ílhavo para o Jardim Oudinot?
Já nos meus tempos de autarca, sempre fui a favor da descentralização. Concordo com a decisão de Ribau Esteves em ter passado para lá as Tasquinhas de Ílhavo, porque é uma forma de dar a conhecer às pessoas as obras a que o Jardim foi submetido, divulgando o lugar.

Qual é o objectivo prioritário do vosso Grupo?
Reestruturar a nossa sede, que fica no edifício da Cooperativa de Consumo Gafanhense. Pretendemos recuperar todo o edifício e criar aí uma casa de espectáculos. Para tal, já pedimos apoio financeiro à autarquia, que já o assegurou, tal como sempre faz. A esse nível, sempre tivemos uma boa relação. Há por aí muitos grupos e dirigentes “desleixados” que, depois, estranham os apoios e subsídios que recebem da autarquia. Uma coisa que sempre defendi é que, se queremos ter as coisas, temos que trabalhar por elas. E eu nunca baixei os braços nem desmazelei a minha actuação em prol do Grupo.

O vosso Festival Internacional de Folclore já não tem lugar, como costumava acontecer, no Jardim 31 de Agosto. Porquê a mudança de local?
Temos optado por realizar o Festival no jardim junto à Alameda Prior Sardo, porque considero que o 31 de Agosto tem vindo a ser todo estragado com as obras que lá decorrem. As instalações e a acústica são fracas; a circulação das pessoas no recinto acontece de forma descoordenada. Continuo a afirmar que o projecto inicial do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré foi adulterado.


Festival Internacional acontece amanhã

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré realiza, todos os anos, três grandes iniciativas: o Festival Internacional de Folclore (em Julho), o Festival Nacional de Folclore da Praia da Barra (em Agosto) e participa na procissão que decorre na Ria e que integra os festejos em honra de Nossa Senhora dos Navegantes (em Setembro).
O primeiro dos festivais tem lugar já amanhã, no jardim junto à Alameda Prior Sardo, a partir das 22 horas. Este ano, o evento contará com as actuações, além do grupo anfitrião, do Grupo Folclórico de Melriçal (de Soure), do Grupo Folclórico da Região do Vouga (de Mourisca do Vouga), do Grupo de Danças e Cantares de Perre (de Viana do Castelo), da Associação Etno-Folclórica “As Lavradeiras de Arcozelo” Santa Maria Adelaide e, ainda, do grupo “Vladislavia”, composto por 50 polacos. O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré deslocou-se à Polónia no ano passado, onde estabeleceu contactos com este grupo, convidando-o a actuar no seu Festival.
O Grupo aniversariante receberá os ranchos convidados pelas 17 horas, seguindo-se uma visita conjunta à Casa (Museu) Gafanhoa, onde lhes dará as boas vindas e entregará algumas lembranças. O jantar decorrerá na Escola Preparatória, sendo que, pelas 21 horas, terá início o desfile dos grupos.

Carla Real

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