quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Folclore

Ligado ao Folclore encontram-se dois outros termos que complementam o seu estudo, como sejam a Etnografia e a Etnologia.
O que são a Etnologia e a Etnografia?
A palavra Etnologia deriva do Grego “éthnos”, (raça) + “lógos”, (tratado, ciência), e é a ciência que estuda os factos e documentos que são recolhidos pela Etnografia. O mesmo é dizer o estudo dos povos e das raças, nos pontos de vista dos seus caracteres psíquicos e culturais, das suas diferenças e afinidades, das suas origens e relações de parentesco, etc.
A palavra Etnografia deriva do Grego “éthnos”, (raça) + “graph”, de “graphein”, que quer dizer descrever. Ou seja, a etnografia é a ciência que estuda os povos, as suas origens, as suas línguas, as religiões, os costumes, etc.
A Etnografia procura descrever, isto é, grafar, escrever, recolher dados para que a Etnologia os possa estudar.
Olhando para estas simples definições que se encontram em qualquer dicionário ou enciclopédia, quero dizer que, na minha opinião, para que um trabalho de recolha seja feito de uma forma séria e mais correcta devem estar presentes, para além destes termos, um outro muito importante e que é a base da Filosofia, ou seja, o questionar tudo. Nunca se devem tomar como inquestionáveis os dados que se têm, pois se os aprofundarmos bem poderemos descobrir que afinal as coisas não serão exactamente como as recolhemos. Todo este processo de recolha é difícil e moroso, pois é feito normalmente, junto de pessoas mais idosas, que muitas vezes já não se lembram exactamente como eram as coisas e poderão de alguma maneira “reinventar” as coisas. Daí que devamos sempre que possível suportar o nosso trabalho de recolha com documentos que possam de alguma maneira comprovar que realmente as coisas seriam assim. Deveremos sempre que possível suportar Historicamente todo o nosso trabalho de recolha. Não nos devemos esquecer que pretendemos representar uma determinada época e uma determinada região. Devido a esta necessidade de aliar todos estes processos de recolha e confirmação de dados não devemos, por um lado, ter pressa em apresentar trabalho, pois como diz o povo e com razão, a pressa é inimiga da perfeição. Nem por outro, pensar que o trabalho está acabado, pois este é um processo que está continuamente a ser renovado e questionado. Pois estão sempre a aparecer novos dados, novas coisas. O trabalho de um folclorista, de um etnografista e/ou de um etnologista, nunca se encontra acabado, pois a fonte onde vai beber, que tem que ser a fonte popular, não pode secar!

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