Aliás, é aqui precisamente, que encontramos duas habituais aberrações, tão caras aos nossos dirigentes folclóricos. Primeiro as noções de “genuíno”, “autentico”, “puro”! Como se existisse algo a que pudéssemos chamar folclore primordial; remontando ao inicio dos tempos, original e imaculado! Depois a noção de que o antigo é “mais folclórico”, mais autêntico, mais prestigiado!
Destes dois equívocos advém, depois um universo de disparates! Apregoa-se por exemplo a representação do “mais genuíno folclore minhoto”, do “mais puro folclore saloio” ou do “mais autêntico folclore ribatejano”! Proliferam as “capitais do folclore”. Proclama-se a especial “riqueza do folclore “daquela terra ou região! Apresentam-se trajes, com “três ou mais séculos”, os quais (se tal pretensão fosse verdadeira), estariam absolutamente descontextualizados de uma representação folclórica que se quer coerente no tempo e no espaço.
Enfim, um autêntico chorrilho de asneiras! Quando afinal, para se construir uma boa representação folclórica, basta apenas apresentar as vivências padrão da área cultural que escolhemos representar. Tanto quanto é possível, claro, hoje conhecê-las. Respeitantes estas, a um tempo a que foi possível remontar, num processo de pesquisa minimamente honesto e rigoroso.
Apenas isto!
P.S.- Se como usa dizer-se, um disparate proferido por uma “eminência parda” é uma tirada genial, calcule-se o que para aí vai de génios! Não admira assim, que os”Óscares” tenham chegado (para ficar já se vê), ao folclore nacional.
Boas leituras
Rubem da Rocha
Destes dois equívocos advém, depois um universo de disparates! Apregoa-se por exemplo a representação do “mais genuíno folclore minhoto”, do “mais puro folclore saloio” ou do “mais autêntico folclore ribatejano”! Proliferam as “capitais do folclore”. Proclama-se a especial “riqueza do folclore “daquela terra ou região! Apresentam-se trajes, com “três ou mais séculos”, os quais (se tal pretensão fosse verdadeira), estariam absolutamente descontextualizados de uma representação folclórica que se quer coerente no tempo e no espaço.
Enfim, um autêntico chorrilho de asneiras! Quando afinal, para se construir uma boa representação folclórica, basta apenas apresentar as vivências padrão da área cultural que escolhemos representar. Tanto quanto é possível, claro, hoje conhecê-las. Respeitantes estas, a um tempo a que foi possível remontar, num processo de pesquisa minimamente honesto e rigoroso.
Apenas isto!
P.S.- Se como usa dizer-se, um disparate proferido por uma “eminência parda” é uma tirada genial, calcule-se o que para aí vai de génios! Não admira assim, que os”Óscares” tenham chegado (para ficar já se vê), ao folclore nacional.
Boas leituras
Rubem da Rocha
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