sábado, 16 de janeiro de 2010

Federação do Folclore Português reune em Assembleia (III)


“2010 Assinala um novo ciclo da vida da Federação


O encerramento do Encontro de Conselheiros foi pautado por uma declaração do presidente da Federação, Fernando Ferreira. Esperançado na prossecução de um bom trabalho que decerto vai premiar o esforço e cooperação dos vários conselheiros que integram os Núcleos Técnicos Regionais de todo o país, incluindo as ilhas da Madeira e dos Açores. O dirigente acedeu a responder-nos a algumas questões.


O ano de 2010 vai ser finalmente o ano “D” para o movimento folclórico federado?
O nosso objectivo é esse. Estamos a trabalhar no sentido de que todos os conselheiros técnicos adquiram conhecimentos básicos do guião que está a ser preparado no Encontro que estamos a realizar em Águeda. Daqui sairão os critérios avaliativos que servirão de base ao trabalho que irá ser desenvolvido de imediato e durante todo o ano de 2010.
Deve haver um esforço de melhoria dos grupos que revelem deficiências de representação, de acordo com as normas estabelecidas não só estatutariamente como as que vierem a ser produzidas no guião que está em preparação, por forma a que no fim do trabalho que irá ser desenvolvido possamos efectivamente saber quem é quem. Não poderemos continuar a pactuar com resistências a uma melhoria do movimento folclórico que está no seio da federação.


Resistências à melhoria. Isso pressupõe que poderá eventualmente haver exclusões?
Os estatutos apontam para sanções como a suspensão e a exclusão. Mas só se chegará a uma fase punitiva se esgotarmos o diálogo com os responsáveis dos grupos. Naturalmente que a fase de conciliação terá um fim e nessa altura, aqueles que continuarem intransigentes em não acatar aquilo que está estabelecido estatutariamente, terão de ser de alguma forma penalizados. É importante respeitar, sem excepção, as regras estatuárias.


Qual a solução para as regiões denominadas “brancas”, isto é, onde não há conselheiros nomeados?
Permanecem os problemas de nomeação de conselheiros em algumas regiões. Creio que ainda até ao final deste ano se resolverão questões pendentes com esses núcleos técnicos. Iremos de imediato promover reuniões com alguns conselheiros dessas regiões, para indagarmos se há ou não disponibilidade de uma continuada colaboração no terreno. Se não houver essa disponibilidade, teremos de fazer outras opções. A ajuda de conselheiros de outras regiões, que não sejam da área de inserção dos grupos, naturalmente conhecedores, é uma eventualidade a considerar, como uma derradeira forma de solucionarmos situações que se arrastam pelo tempo. Faremos uso de todas as armas que tivermos ao nosso alcance.


É notório o desencanto com a inactividade de alguns conselheiros. Também por esses núcleos técnicos passarão acções de reciclagem?
Vamos tão breve quanto possível, reunirmos com todos os conselheiros nomeados para as zonas que estão a ser prejudicadas por alguma inércia dos colaboradores em quem confiamos uma estreita cooperação. Não faz sentido que as pessoas aceitem determinadas funções, mesmo que de forma voluntaria e depois se demitam das obrigações que assumiram. Uma eventual falta de disponibilidade ou vontade para colaborar, obriga-nos a termos de enveredar por outras soluções, ainda que de forma pontual.


O ano de 2010 assinala um novo ciclo na vida da Federação do Folclore Português?
Sem duvida que sim. Reconhecemos que no conjunto de grupos federados há um leque que não corresponde àquilo que é minimamente aceitável em termos de representação. Temos respeito pelas concepções desses grupos, mas também terão de entender que não podemos continuar a pactuar com erros que maculam todo o universo federado. É inevitável fazermos um filtro entre os membros associados efectivos, até porque há necessidade de melhorarmos a imagem da própria Federação, de forma a que muitos outros grupos, que ainda não são associados, não continuem a manifestar relutância em se juntarem a um conjunto de grupos deficientes de representação.

Entrevista feita a Fernando Ferreira, presidente da Federação do Folclore Português, retirada do Jornal de Folclore nº166, de Dezembro de 2009, assinada por Manuel João Barbosa.

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