quarta-feira, 16 de junho de 2010

Superstições e Crendices - V

Depois de termos visto o que o Padre João Vieira Resende nos diz sobre superstições e crendices, vamos ver o que nos diz a Sr.ª Professora Maria Teresa Reigota, no seu livro “Gafanha…o que ainda vi, ouvi e recordo”, sobre o mesmo.
– As Bruxas
No crer e dizer do povo, as bruxas eram mulheres comuns, muito más e que, à meia-noite saíam das suas casas para correr mundo, por vezes fazendo mal às outras pessoas.
O povo acreditava que as bruxas luziam; que voavam pelos ares no cabo de uma vassoura, lançando pela boca, lufadas de lume azul; que se banhavam nas águas da Ria, dançando depois nas proas dos barcos abicados na borda, presos ao moirão; que até entravam pelo buraco da fechadura ou pela chaminé e que chupavam as crianças.

– Uma história de Bruxas
Conta Maria Planta, com oitenta e seis anos este facto acontecido com ela, a mãe, o marido e uns primos:
Como muitas vezes faziam, uma noite foram ao serão a casa da sogra, a Ti Silvina Russa. Não havia estrada nem luz. Era um caminho de bois, escuro, cheio de sombras. Até atalharam pelos terrenos para demorarem menos tempo e encurtarem caminho.
De regresso, caminho de casa, direcção norte-sul, ela dá conta que, na janela da casa da Ti Cadete e da Ti Auxilia, está uma luz que pisca de vez em quando. Logo diz para o marido:
“ – Ai Toino, está acolá uma bruxa!”
O Toino, na altura rapaz novo, forte e muito afoito não hesitou. Deixou a mulher e restante companhia e foi direitinho ao sítio onde piscava a tal luz.
Descobriu a bruxa – era o reflexo do farol no vidro da janela e por isso piscava de vez em quando, com intervalos regulares.
(Continua)
Boas leituras
Rubem da Rocha

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