sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ciclo do Milho 4


Na ocasião da representação (dia 1 de Outubro), foi metida no cabanal a palha proveniente da cascadela que ocorreu na Béstida a 17 de Setembro e a da outra que teve lugar esse mesmo dia na Casa-Museu. Contudo, esta veio a revelar-se insuficiente dada a dimensão do cabanal, pelo que alguns elementos dos “Camponeses da Beira-Ria” tiveram de arranjar mais palha junto de agricultores da terra, trabalho que realizaram nos sábados seguintes.
Depois de metida a palha em todos os espaços entre varas, foram feitas e colocadas as “capuchas” no cume e forrada a vara do nariz, trabalho concluído hoje (22 de Outubro). O cabanal é uma estrutura agrícola que teve uma grande implantação na nossa terra. Não havia casa de lavoura que não tivesse o seu cabanal.
Na nossa região eram construídos com troncos de pinheiro ou de eucalipto: os paus mais grossos eram usados nas pernas, às quais, depois de devidamente travadas, eram pregadas varas ou travessas horizontais, onde depois se ia acamando braçados de palha (de milho ou azevém), até formar um verdadeiro telheiro.
Era certo e seguro que a chuva não entrava no seu interior. A palha, essa, serviria para alimentar ao longo do ano as nossas vacas leiteiras; no interior, guardavam-se as espigas de milho, a folhagem do milho e até alfaias agrícolas.
Os cabanais eram um bom esconderijo para as brincadeiras das crianças, eram locais de excelência para a colocação de baloiços e local de encontro de amores furtivos.
Terminada esta missão, a Casa-Museu Custódio Prato ficou mais rica exibindo, a partir de hoje, um belo exemplar desta tradicional estrutura agrícola, no seu quinteiro.

Toda a informação e fotos retirada do sitio da Junta de Freguesia do Bunheiro.
De salientar que na Gafanha não se dizia "cabanal" mas sim "cabanéu".

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails